Litchfield 2.0

Orange is the New Black voltou nessa sexta feira e já está dando o que falar. A nova temporada trouxe um diferencial, onde os 13 episódios mostram um período de apenas 72 horas. Parece estranho, mas a produção acertou em cheio na escolha, pois cada momento da rebelião foi detalhado e o primeiro episódio começa exatamente de onde parou na temporada anterior, sem passagem de tempo. A impressão que se tem é que a temporada foi dividida em três momentos.

ATENÇÃO: O TEXTO PODE CONTER SPOILERS (PRINCIPALMENTE DAS TEMPORADAS ANTERIORES)

A primeira parte fica clara nos primeiros cinco episódios, onde as detentas estão se dividindo em seus respectivos grupos para aderir a nova rebelião e assim cada grupo fazer sua exigência.

O que fica evidente nesse começo é o desejo de fazer justiça pela vida de Poussey, uma detenta que foi morta na temporada passada. A luta é por melhores condições, funcionários devidamente treinados para que não tenha outra morte, etc., mas vamos falar disso mais tarde, quando for abordada a terceira parte.

A segunda parte nos lembra daquele humor que sempre esteve presente em Orange is the New Black. Depois de estabelecer as prioridades, agora o que resta para as detentas é esperar que suas exigências sejam atendidas e com isso a prisão se torna uma espécie de clube de férias, onde cada uma faz o possível para se distrair, como a nossa amada dupla Flaca e Maritza que entram na onda dos Youtubers.

A terceira parte fica por conta dos três últimos episódios onde o humor vai embora e dá lugar ao suspense nunca visto na produção, mas a escolha caiu super bem com a temática da temporada e reforçou o discurso sobre violência policial. Durante as negociações para o fim da rebelião as autoridades pedem para que Taystee confie no sistema, mas ela deixa claro que é impossível de confiar, já que esse mesmo sistema atira em um homem negro porque ele grafitou um muro, ou tentou pegar suas chaves, ou vendeu cigarros soltos. Essa frase da personagem faz referencia a casos reais, assim como foi a morte de Poussey, que segundo os roteiristas foi para mostrar o caso de Eric Garner, um homem negro morto em julho de 2014 por uso excessivo de força, assim como a personagem da quarta temporada.

Quando você começar o décimo episódio, fica aqui uma dica: reserve, no mínimo, 3 horas. Você vai querer ver até a última cena do décimo terceiro e depois irá se perguntar o porque já terminou a temporada e o porque da Netflix nos fazer esperar um ano até a continuação e é claro, a última cena te faz prender a respiração e pensar em várias teorias. A boa noticia é que Orange is the New Black foi renovada até a sétima temporada, então ainda teremos muita história pela frente, basta saber se essa narrativa detalhada se tornará padrão.

Ah, e para quem está se perguntando sobre Piper e Alex, não se preocupe. O nosso amado casal de Litchfield será mostrado bastante na temporada. No décimo segundo episódio o passado das duas é contado mais uma vez, mas agora é mostrado como elas estavam no momento em que Alex testemunhou e mandou Piper para a cadeia (lembre-se do que eu falei, os três últimos episódios irão te prender, surpreender e você vai querer ver até o final, inclusive esse).

Para terminar, fica aqui um recadinho para a nossa menina Netflix: