Lista | Quatro filmes para começar no Cinema Mudo

É importante valorizarmos o cinema mudo, mas, entre tantos nomes, é difícil sabermos por qual filme ou diretor começar. Por isso, fiz uma pequena lista com quatro filmes mudos que gosto muito. Essas obras me ajudaram a conhecer um pouco mais dessa área tão abrangente e importante da história do cinema.

Divulgação: United Artists

Luzes da Cidade, de Charlie Chaplin:

Talvez um dos filmes mais comoventes que já assisti, “Luzes da Cidade”, é mais um dos filmes no qual Carlitos, personagem criado por Chaplin, é o principal. O filme foi lançado em 1931 e é considerado um dos melhores filmes do cineasta britânico.

A obra conta a história de Carlitos, que, sem ter onde morar e o que comer (como o habitual), se apaixona por uma florista cega. A garota o confunde com um milionário e, por amor e para não deixa-la triste, o personagem de Chaplin decide fingir ser rico.

“Luzes da Cidade” é um dos filmes mudos que foram lançados após a evolução do cinema para o cinema falado, e o primeiro de Chaplin após a transição. Apesar disso, a obra, não é considerada tecnicamente como muda, por sua sincronização na trilha sonora e por sons não definidos, que foram emitidos no inicio do filme.

Ainda assim, o filme ganhou fama e é considerado uma das grandes comédias românticas que já foram produzidas.

 

Divulgação: Svensk FilmIndustri

A Carruagem Fantasma, de Victor Sjostrom:

Se “Luzes da Cidade” é considerado atualmente uma das melhores comédias românticas, “A Carruagem Fantasma” é, sem dúvida, reconhecido como um dos melhores filmes de terror que já foram feitos.

Dirigido por Victor Sjostrom, lançado em 1921, a obra sueca é considerada essencial para a história do cinema no país. A história contada é a seguinte, uma enfermeira chamada Edit, está prestes a morrer, como último desejo, ela quer falar com um homem chamado David (interpretado por Sjostrom), que, quando é encontrado bêbado em um bar, se recusa a atender ao desejo. Nesse bar, uma lenda que diz que o ultimo homem a morrer no ano é responsável por conduzir a carruagem da morte no ano seguinte é contada para ele, que inicialmente não acredita. Pouco depois disso a morte chega para leva-lo, assim, David passa a refletir sobre sua própria vida.

O filme serviu de inspiração a diversos cineastas e projeções modernas, sendo uma das obras preferidas de Ingmar Bergman, e servindo de base para “O Iluminado” de Stanley Kubrick, na histórica cena da invasão do quarto.

Divulgação: Criterion

A Paixão de Joana D’Arc, de Carl Theodor Dreyer:

Sendo baseado nos documentos históricos existentes sobre o julgamento de Joana D’Arc, o filme de Carl Dreyer, lançado no ano de 1928 decide por contar o que aconteceu nesse julgamento, logo após a jovem ter sido raptada pelos ingleses.

O diretor abusa dos close-ups (quando a câmera está muito próxima do ator ou atriz), e isso foi considerado altamente inovador, dando a oportunidade de aspectos como maquiagem serem vistos de forma mais completa, facilitando a analise e a variedade de expressões de seu elenco.

Elenco esse que é consagrado até hoje, principalmente por conta de sua atriz principal, Renee Jeanne Falconetti, que interpreta Joana. A interpretação é considerada uma das melhores da história do cinema pela crítica norte-americana Pauline Kael, que trabalhava para a revista New Yorker.

O filme foi banido na Inglaterra, por mostrar as agressões que Joana sofreu nas mãos dos ingleses. A obra ficou perdida por muito tempo, tendo sido encontrada na Noruega no inicio da década de 80. Hoje, a projeção já se encontra disponível nas mais variadas plataformas.

O Homem com uma câmera, de Dziga Vertov:

Um dos filmes russos mais inventivos até hoje, “O Homem com uma câmera”, de 1929, não conta uma história de apenas um personagem, mas, documenta o cotidiano de toda uma cidade.

A câmera segue as pessoas, os veículos, e tenta analisar como uma cidade funciona diariamente, pertencendo assim ao gênero de documentário, pois tenta passar a ideia de um organismo em funcionamento, retratando toda uma época em apenas uma hora e vinte de duração.

A obra é considerada como parte do movimento “Cinema Verdade”, que foi criado pelo próprio diretor, com o objetivo de retratar a realidade da forma que ela é, sem nenhum tipo de história sendo contada. Logo, esse filme é importante na criação de um novo gênero cinematográfico que se mantem forte até hoje.