Crítica | “Elon não acredita na morte”

O filme “Elon não acredita na morte” teve sua exibição nos cinemas por meio do projeto Vitrine Petrobras, que vem trazendo grandes obras do nosso cinema para o grande público. O longa, gravado em Minas Gerais e dirigido por Ricardo Alves Jr, preenche-se em um clima intimista desde o seu primeiro ato. A escuridão persistente dos cenários se torna onipresente nas telas, como se marcasse uma escuridão que provém do próprio protagonista: Elon. É em torno a essa escuridão e a movimentos de câmeras que parecem acompanhar Elon, sempre de costas, que somos introduzidos a sua breve história.  Eis diante dos nossos olhos um filme que além de ser denso, mostra-nos nada mais do quê fragmentos da rotina de alguém, atmosfera muito vista em obras de diretores como os irmãos Dardenne.
“Mas por que Elon não acredita na morte?!”
A pergunta persiste ao decorrer do longa. Chega-se a um ponto no qual o tédio se instala na vida de Leon e nos contagia também. Mas nem esse tédio apaga a vontade insaciável que temos de saber onde tudo vai parar. Assim como Elon, não sabemos até aonde estamos sendo conduzidos, mas continuamos a traçar junto a ele aquele caminho. Um caminho para se encontrar um porquê inexistente. Respostas que não se encaixam, rendendo nada além de reflexão e… mais reflexão.
Quando realizamos que Elon realmente não acredita na morte, concluímos que sua busca tornar-se-ia infinita, andando em voltas e parando sempre no mesmo lugar onde começou. E como o longa não poderia ser infinito, depois de 74 minutos, ele chega ao fim. Na escuridão com a qual se começa, se termina.