Crítica | Chef (2014)

Nota do Filme:

Chef aborda a vida de Carl Casper (Jon Favreau), outrora um chef promissor que hoje se encontra em um marasmo criativo. O dono do restaurante onde cozinha, Riva (Dustin Hoffman) não permite que Carl altere o menu, forçando-o a repetir sempre os mesmos pratos. Ainda, é um – péssimo – pai para seu filho, Percy (Emjay Anthony).

 

 

Com essa premissa, tem-se o desenrolar de um filme intimista, como se percebe pelas escolhas do diretor/escritor Jon Favreau, também ator principal. Nesse sentido, ainda que Jon tenha desmentido é possível entender um filme como uma demonstração de sua própria carreira como diretor.

Jon teve seu início na carreira como diretor com filmes independentes. Tudo isso mudou em 2008, quando dirigiu o blockbuster Homem de Ferro, dando o pontapé inicial no maior Universo Cinematográfico já feito. Posteriormente dirigiu a sua continuação, Homem de Ferro 2.

Após um “Cowboys & Aliens” de pouco impacto, Jon retorna às suas origens com “Chef”. Assim como ele, Carl abandona o seu restaurante refinado devido à divergências criativas com o dono do local, após um conflito com um ácido crítico de culinária – o que traça um forte paralelo com as constantes disputas entre diretor e estúdio.

Sua ex-esposa Inez (Sofía Vergara) pede que Carl vá à Miami junto dela e de seu filho, para que assistam seu pai se apresentar em um restaurante cubano. Lá, incentivado por ela, adquire um foodtruck. Apesar de ganhar menos dinheiro e ser algo definitivamente menos glamoroso, encontra felicidade. Em seu “restaurante” tem total liberdade criativa, com um foco em sanduíches cubanos.

 

 

Passamos, então, a um clássico road trip movie acompanhado por seu filho e Martin (John Leguizamo), funcionário do seu antigo restaurante. Nessa viagem, com a ajuda de Percy, a marca “El Jefe” cresce. Ainda, Carl aproveita a viagem para se conectar com o filho.

Temos algumas cenas tocantes, mas o filme de modo geral é bem leve. Não há plot twist, ao contrário, o filme é bem direto e previsível. Entretanto, jamais perde a qualidade. Ao contrário, o longa se encontra em sua simplicidade. A ausência de grandes conflitos faz com que nos concentremos nas simples interações dos personagens.

Importante apontar a boa atuação do elenco de apoio. Sofía Vergara mostra que não precisa se limitar ao seu papel típico de Modern Family. John Leguizamo se diverte com o papel, aumentando a leveza do filme. Por fim, o jovem Emjay Anthony aguenta a responsabilidade do seu papel e nos faz torcer pela relação pai e filho.

 

 

Também integram o elenco Scarlett Johansson e Robert Downey Jr., mostrando que em sua carreira em Hollywood Jon agregou contatos importantes.

Ao final, apesar de não ser um filme inovador, Chef é excelente naquilo que se propõe. Aqui temos uma chef e pai que, livre dos problemas de um emprego mais tradicional, evolui e alcança crescimento profissional e pessoal.