As tocantes impressões de Sete Minutos Depois da Meia Noite

 

Sete Minutos Depois da Meia Noite estreou no início deste ano na Netflix, e desde então têm recebido críticas relativamente positivas. O filme contou com a direção de J.A. Bayona, que também dirigiu títulos como “ O Orfanato” (2007) e vai estrear em 2018 o aguardado “Jurassic World 2”.

A trama nos apresenta Conor (Lewis MacDougall), um garoto de 13 anos talentoso -mas fechado em seu mundo-, que tenta superar vários problemas. Seu pai é muito ausente, ele sofre bullying na escola, a mãe (Felicity Jones) sofre de câncer em fase terminal e em consequência disso, ele é obrigado a conviver com a avó (Sigourney Weaver) com quem ele não tem nenhuma afinidade. Diante desse cenário, ele acidentalmente invoca um monstro em forma de árvore (voz de Liam Neeson), que aparece sempre sete minutos depois da meia-noite e se dispõe a contar três histórias em troca que o garoto lhe conte uma.

A história não apela para o sentido clichê do melodramático. Pelo contrário, escapa disso graças ao bom roteiro, diálogos e as atuações, que conseguem criar empatia com o espectador, ao colocá-lo o tempo todo a tentar compreender os sentimentos e emoções dos personagens.

A interpretação do protagonista é surpreendentemente honesta. Apesar da pouca idade, Lewis MacDougall consegue transmitir as emoções necessárias para tratar de um drama tão denso como o que esse filme traz, que é a perda de um ente querido.

Cheio de metáforas, o filme é carregado nos tons escuros, o que contribui tanto para atmosfera dramática quanto no ganho de profundidade na construção das relações interpessoais que a história vai mostrando.

Os efeitos visuais também são tratados com muito cuidado, desde a construção do “monstro” até as animações que ilustram as fábulas.  O destaque é para uma das cenas finais, quando o garoto conta sua própria história, que além da boa execução dos efeitos especiais, mostra muito também da sensibilidade diretor.

O filme vale a pena as quase duas horas diante da tela. Provavelmente circula entre as melhores produções feitas nos últimos anos que mesclam drama com fantasia, se equiparando muito no aspecto dramático com “ O Labirinto do Fauno” (2006).