AS GAROTAS DO CALENDÁRIO: UMA LINDA POESIA

Quando você assiste um filme quais sentimentos você tem? Essa é uma pergunta muito pessoal na verdade, cada pessoa que ler está matéria vai ter sua avaliação própria, sua autoanalise, porém tem filmes que despertam sentimentos compartilhados, estou falando de sentimentos empáticos, e é isso que As Garotas do Calendário proporciona em suas quase duas horas de filme.

Capa Calendar Girls

 

O filme dirigido por Nigel Cole (O Barato de Grace – 2000, De Repente amor – 2004, e Last Tango in Halifax – 2014), pela Universal Pictures foi aos cinemas em 2004, e traz consigo no elenco Helen Mirren (A Rainha – 2007, Franquia de Red, Aposentados e Perigosos, Hitchcock – 2013, A Dama Dourada – 2015), Julie Walters ( Billy Elliot – 1999, Mamma Mia – 2008, Effie Gray – 2016), Penelope Wilton (O Exótico Hotel Marigold 1 e 2, O Bom Gigante – 2016), e grande elenco.

 

As Garotas do Calendário conta a história real de Chris Harper (Helen Mirren) e Annie Clarke (Julie Walters) amigas que residem numa pequena cidade na Inglaterra. A vida nesta cidade dar-se-á numa tradição religiosa e patriarcal forte, e nesta sociedade as mulheres se organizam e fazem parte de um grupo chamado Women’s Institute, grupo do qual é composto somente  por mulheres que desenvolvem atividades como jardinagem, preparo de doces e geleias, etc. Todavia a amizade de Annie e Chris passa por uma grande turbulência quando o marido de Annie morre pelo agravamento da leucemia e pela falta de estrutura e preparo apresentada no hospital da cidade, assim Chris resolve propor ao grupo Women’s Institute uma ação para que levantasse dinheiro para o hospital e o combate a leucemia, desta forma a proposta seria que as senhoras fizessem um calendário mostrando seus talentos, porém para sair do atípico Chris resolve sugerir que este calendário seja com essas senhoras nuas. O filme é uma obra de arte, a todo o momento da história dessas mulheres nos deparamos com os desafios que estas mulheres vivem, são mães, avós, donas do lar, vivem para seus maridos, vivem para seus filhos, onde o auge diário de aventura e adrenalina está em saber se sua torta de ameixa ficou no ponto ideal ou não. A ruptura das correntes do tradicionalismo dar-se mediante uma tragédia, a morte de um amigo e a perda de um ente querido, assim a necessidade do espirito aventureiro arrebata essas mulheres que literalmente ganham o mundo após suas fotos artísticas. As fotografias das senhoras é um diferencial a parte, onde é apresentado ao telespectador um significado ímpar de beleza, podemos até nos atrever a dizer que lembra muito o estilo de pintura expressionista do século XIX, onde as cores e linhas apresentam uma emoção muito intima do ser humano a exemplo das obras de Cézanne, Van Gogh, Munch, entre outros.

 

Parte das verdadeiras Garotas do Calendário.

A poesia das garotas do calendário nos proporciona reflexões acerca da alma feminina no seu auge final, é um filme extremamente contemporâneo, que apresenta críticas atemporais sobre a imagem feminina dentro do espaço patriarcal social, fica a sugestão de assistir está doce comédia de humor refinado.