ANNE WITH AN E: COMOVENTE E APAIXONANTE

ESTA PUBLICAÇÃO PODE CONTER SPOILERS!

Sabe aquelas surpresas boas que se encontra quando está buscando uma nova série para assistir?! Pois bem, ao longo dos seus 7 capítulos, Anne With an E tornou-se isto para mim.

A adaptação, inspirada no livro “Anne of Green Gables”, escrito por Lucy Maud Montgomery, foi produzida pela Netflix em parceria com a CBC, e estreou na plataforma de streaming no dia 12 de maio. Criada e roteirizada por Moira Walley-Beckett (Breaking Bad), o seriado é um agradável acalento para nossos olhos – pela belíssima fotografia – e corações – por seu drama denso e atual.

Em síntese, a trama enfoca no crescimento de Anne Shirley (Amybeth McNulty), que depois de treze anos sofrendo no sistema de assistência social, é despachada para morar com um casal de irmãos: a independente Marilla Cuthbert (Geraldine James) e Mathew Cuthbert (R. H. Thomson). Munida de imaginação e intelecto, a obra mostra o processo de transformação da pequena Anne e da vida de sua família adotiva na cidade que lhe abrigou, além do conflito pela aceitação pessoal e a determinação em descobrir seu lugar no mundo.

Amybeth McNulty, a atriz escolhida para encarnar a carismática Anne, traz ao personagem – com muita naturalidade – as características de uma menina extrovertida, persistente, confiante e, principalmente, imaginativa. Na verdade, a escolha de todo o elenco se mostrou bastante assertiva. Os atores em cena conseguem transmitir bem a complexidade necessária para seus papeis, como é o caso de Lucas Jade Zumann na pele de Gilbert Blythe; Dalila Bela, como a doce Daiana Barry; e dos veteranos R. H. Thomson e Geraldine James, que interpretam os “pais” adotivos.

O episódio-piloto é bastante longo, com 89 minutos, mas de maneira alguma se torna arrastado. Pelo contrário, faz valer a pena cada momento de atenção e nos introduz a realidade da protagonista e dos Cuthbert. Uma vez tendo chegado ao fim do capítulo, é bem possível que o espectador já se veja totalmente envolvido pela história e tenha sentido um misto de emoções que vão desde a felicidade à tristeza.

A mensagem que Anne nos traz é um tanto revigorante, se pensarmos que a menina teria todos os motivos do mundo para ser triste e enclausurada e, no entanto, opta por sempre ver – ou imaginar! – o melhor lado, deixando claro que a o pensamento positivo pode ser fator fundamental na transformação da realidade.

Ademais, a roteirista e criadora da série, Moira Walley-Beckett, demonstra através de uma narrativa arrojada um olhar muito sensível para tratar os dramas presentes no enredo, que envolvem questões atemporais e de atual relevância, como preconceito, desigualdade social, liderança feminina, bullying, luto e identidade.

Por isso, se ainda não assistiu, dê uma chance para Anne With an “E” (mas deixe vários lencinhos ao lado!). É quase impossível não se emocionar com uma produção que trata questões tão sérias e relevantes de maneira sensível, mágica e cativante.

Assista ao trailer:

http://https://www.youtube.com/watch?v=jvlLrzADcb0